sábado, 29 de setembro de 2007

Um lugar onde se encontra todo mundo...

Com o passar do tempo fica tudo muito simples. Já não faz tantas diferenças assim, o que importa importa o resto é tudo meio banal. Só sei dizer que tudo que lembro sobre este lugar começou a se desmoronar e se transformar ali no barulho daquela viagem de Trem. Dorinha, minha irmã tão carinhosa, apesar da ansiosidade que nos deixou até o último minuto, ela estava conosco e finalmente podiamos ter esperança de reunir todos novamente em algum lugar do novo horizonte que se aproximava em algum ponto distante que eu nem imaginava bem onde ficava. Eu aliás, nunca, até então, podia sequer sonhar que o mundo fosse tão grande e os pontos tão distantes um doutro. Meu pai quando vinha de Campinas, Sta. Barbára ou Americana tentou por vezes me dizer, mas eu resistia as histórias porque todo o meu mundo existia alí nos mesmos lugares: A Santos Dumont, a Bejamin, o CECAM, o ginásio Teodoro ou os caminhos da caça ou pesca. Aquele era o mundo que conhecia, ali encontrava tudo que conhecia: os amigos, os animais, as matas, os rios, a única rua central de Andradina a Paes Leme. Na primavera adorávamos brincar com as infinitas Borboletas de todas as corês, temia a Urutucruzeiro mas as demais cobras eu sequer tinha medinho porque aprendi que sobreviver estava acima de qualquer receio. Aquele, até então, era o mundo onde eu encontrava tudo, todo o mundo está ali naquele espaço minimo de 10 km...Era o lugar da minha terra, o lugar da minha felicidade, era onde eu sabia tudo que acontecia e tudo que poderia ocorrer e o que devia fazer para modificar este ou aquele fato. Meu pai por vezes , enfim, tentou me falar de algo além do horizonte. Nada vi além de Ilha Solteira, de Castilho, do Rio Feio, dos inúmeros córregos e matas de Andra. No máximo podia imaginar Araçatuba...e foi justamente em Araçatuba que subiu ao trem um Jovem que completara 18 anos e seguia viagem rumo ao desconhecido em busca de sua mãe que ele jamais conhecera. Sua história comoveu todos nós e por pouco, mesmo, minha mãe não o adotara durante a viagem. Dividimos nossa farofa, nossa pobreza. Nossa família por quase um dia inteiro ganhou ali um novo integrante. Ele morou até então num alfanato em Araçatuba e naquela semana teria chegado o dia que tanto esperava. A maioridade vinha com a esperança de encontrar sua família e quem sabe um novo destino e novas oportunidades. Ele só queria o amor de uma mãe, a companhia de irmãos, um lugar onde pudesse se sentir em casa, em família. Seus olhos nos deu durante a viagem a certeza de que tudo que tinhamos era maior do que toda a riqueza que alguém poderia ter: uma família enorme e cheia das maneiras mais diferentes, conflituosas e formas de ser, porém com um ingrediente fundamental: éramos muitos em um só e isto nos tornava muito fortes. A vida é um momento em cada momento. E aquele era o da transformação, estavamos indo pra uma selva que desconheciamos. As 14: 40 chegamos em Bauru, era o lugar que mamãe disse que iamos trocar de Trem, a famosa "Baldiação". De Trem de carvão iamos para o trem elétrico, nossa..."devia mesmo ser algo doutro mundo". E foi, entramos naquele Trem elétrico e tudo era muito silencioso, sem fumaça e cheio, muito cheio de passageiros. Todos rumo ao desconhecido: Campinas, São Paulo...no final do trilho, o sonho de trabalho e novas oportunidades. O icentivo da época não era ficar no campo, mas sim vir pra cidade grande em busca do "desenvolvimento". E foi assim que vim chegar em Campinas e fui morar ali na favela do Jardim São Marcos, nada contra as pessoas que moram em favelas, aliás tudo a favor, mas ninguem deve morar a beira de um córrego que além de não ter peixe, tem esgoto e quando chove vc pode ver sua casa inundada...Nós chegamos em Campinas em torno das 20hs, tava um friozinho de junho e me assustei e muito com tudo que vi, queria voltar mas o meu novo mundo estava diante mim e não tinha como fugirmos daquele desafio, Tinhamos que encarar e encaramos e fomos nos perdendo em cada ano dos anos todos que estamos por aqui. Eu voltei a Andradina muitas vezes a passeio, minha Mãe separou-se de meu pai, meus irmãos foram se casando e tendo muitos filhos, até eu tenho dois lindos. Dorinha morreu em setembro de 2000, papai em março de 2001. Hj quando penso neste mundo onde encontro todo mundo eu me divido entre Campinas e Andradina: lá tenho minha mãe e meus irmãos: Domingos (o egoísta da família), o Jorge, o Paulo, a Luzia, o Lourival, e aqui: eu mesmo, o Jaime, o Tejota, o Antonio, os corpos de Dorinha e Papai num número do cemitério e suas almas no Paraíso - onde nos encontraremos um dia. Se valeu a pena? Não sei, só sei que tudo podia ser muito diferente se aquela decisão de minha mãe não tivesse sido tomada. Vir pra Campinas em 1976, daquele jeito, foi uma ousadia sem tamanho, mas as mulheres, e minha mãe é uma delas, são corajosas e decididas. Assim, a história que se pode contar é esta e ela é toda uma ramificação de fatos e acontecimentos que marcam nossas vidas para todo o sempre. Eu só sei dizer que é muito dificil ter muitos lugares onde se encontra todo mundo, devia ser um lugar só...e são felizes aqueles que tem este único lugar em toda a sua vida, todos os dias, semanas, meses e anos da existência porque podem interagir em cada segundo...Contar esta história sempre foi muito dificil, falar detalhes nem pensar, são só algumas linhas de uma história que segue rumo aos mundos que desejamos em nosso pensamento e agora tudo que quero é ser cada dia mais feliz, muito mais feliz, de preferência ao lado de um grande amor e ao lado de meus maiores amores: Rafael e Sofia -minhas inifinitas riquezas...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

1984: "O Inverno foi deles, A Primavera será Nossa"...

O inverno não foi tão rigoroso como na Polônia..., aqui na Unicamp apenas um vento gelado soprava dos Polos por todos os cantos abertos do Campus...o que tornou, de certa forma, aquelas madrugadas de junho inesqueciveis... Por esta - entre outras razões - tudo que aconteceu fora eventos, história de vidas e fatos extraordinários... Nós concluímos que fomos derrotados em nossa aspiração maior no movimento grevista daquele ano. Era meu primeiro semestre de trabalho na Universidade e realizava atividades gerais no Setor que ficaria conhecido por todos como a "Serra Pelada", não atoa: Era uma multidão de homens com picaretas. enxadas, enxadões, martelos, tratores - entre outras - ferramentas e máquinas amontoados num barranco de duas guadras localizada ali na parte baixa das DGAs. A DGA 6, Manutenção Geral, nomes oficiais do local...não pegaram no meio popular, nem oficial, nos corredores, nas circulares e nos zun-zunzun do dia a dia predominaram o apelido - o nome de guerra - de onde se acha pedras preciosas...Foi ali, distante das preciosidades, porém, na riqueza de solidariedades e união que liderei junto com outros bravos combatentes a primeira greve. No meio dos barros, nos buracos que cavava, nas massas e concretos, em cada tijolo: Em cada suor do trabalho cansativo construi uma liderança que me fez produzir discursos em reuniões, passeatas e assembléias, as vezes até sob o olhar atento e professoral de Clóvis Antônio Garcia - "O Vereador" -um dos primeiros vereadores do PT de Campinas, mais conhecido como Clovão. Um líder de poder de oratória incomparável que sabia proferir cada frase no seu tom adequado, conseguindo colocar tudo numa sincronia de início, meio e fim que nos levava às loucuras por um ideal revolucionário e socialista. Clovão, um professor natural dos militantes, era destes que colocava o coração na ponta da língua e num linguajar invejável reunia todas as aspirações num resumo de idéias que nos unira até sua morte em 1985... Aquele som maravilhoso do seu Discurso finalizando sempre aos berros e gritos de guerra: "O inverno foi deles companheiros, Mas a Primavera será Nossa!" Contagiava todo mundo... Nos consideravamos os donos de um verdade absoluta que, "hj sei que não é bem assim", nos possibilitava ter as maiores convicções em cada momento de reflexão e de batalha nos campos de disputas das idéias daquele período. Foi assim que saímos de um movimento que de certa forma fora vitorioso, mas que naum tinhamos atingido a meta principal, para a deliciosa movimentação que nos levou a mais linda campanha pela conquista da ASSUC - Associãção dos Servidores da Unicamp. "O inverno foi deles, a Primavera será Nossa"...Primavera eram os militantes e guerreiros que se propuam tomar a ASSUC nas eleições de novembro de 1984 para transformá-la num Sindicato de luta, Cutista, portanto de combate as opressões aos trabalhadores e na luta por nosso objetivo maior o Socialismo. Lógico que queríamos uma Universidade dos Trabalhadores, lógioco que queríamos e sentiamos a revolução sempre a um passo das nossas ações revoluciionárias...Se aquele ano ficou marcado por derrotas, pois eles tiveram não só o inverno mas também ganharam a Primavera, por outro lado: A infelicidade nas urnas evidenciou que não se tem a Primavera se não tivermos a capacidade de juntar todos os valentes juntos numa mesma causa e foi desta forma amarga que descobri o terrivel sabor da derrota e a enorme necessidade de pluralidade na Unidade na Diversidade...afinal de contas a Primavera bela e linda não se é de uns nem hj, nem amanhan: Sempre ela será de todos...assim como o amor está para os românticos a Primavera está para todos. Não há Socialismo sem a unidade da classe, Portanto, o Socialismo só é possível com uma nova cultura social, com uma revolução individual, uma adesão das pessoas a cultura do comum...Se nós perdemos aquela Primavera na vida política - igualmente ao que aconteceu com os Trabalhadores da Polônia - no mundo do amor as coisas foram mais lindas e saborosas para todos: Romeu se envolveu romanticamente com a Julieta, o Marquês com a Juliês, entre outros, e mais tarde conheci a mãe do meu filho, Helena, a qual tive o prazer de viver muitos anos depois...Pois, de alguma forma, aquela Primavera foi nossa mesmo...fomos vitoriosos no campo do amor, no campo da idéias - de certa forma - e estremamente vitoriosos no campo da construção de uma educação política que nos levou a mais tarde conquistar a ASSUC com a famosa e poderosissima idéia do "É Proibido Proibir". É outra escepcional história que algum dia quero ter o prazer delicioso de contar por aqui... O que vale dizer é que amo a Primavera e é nesta estação que a gente descobre o quanto o mundo é mágico e nos faz sentir uma pedrinha escolhida pra viver intensamente neste imenso Universo... Isso é um imenso desafio, viver...Talvez por isso é que sinto uma grandiosa energia quando passo próximo de um Ipê e talvez isto explique porque eu vivo agarrando as árvores por aí...Eu amo tudo que me prove o amor e agora é o momento mais lindo das estações, pois vemos a vida e as mágias em todos os cantos e lugares... Aproveite..., Mané ou Manuela, pois esta e todas as Primaveras são de todos, inclusive de vcs...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Depois de uma semana...: Estou mais feliz?

Tive vontades de toda a espécie mas nenhuma tem a ver com aquilo que imaginei, ou imaginava num passado recentissimo. Trabalhei cada dia na maior normalidade e sempre de manhan ou nas tardes e noites destes dias pensei ou senti como antes. Olhei as folhas e florês das árvores e jardins. Adorei o sol de cada inicio de dia e amei o entardecer com minhas caminhadas tendo como companhia os Ipês maravilhosos que estão nos caminhos da Unicamp e Barão. Senti os perfumes costumeiros e nem isso moveu algo aqui, simplesmente é como se o rio secasse. Senti sim: meu sorriso mais leve, minha alma mais calma, meus desejos mais nítidos. E foi assim que a sexta feira chegou e trouxe bem próximo a deliciosa companhia dos amigos: Harold, Meinha, Carmen, Rose e Célia. Ao som de Zeca Baleiros e outros que foram ali interpretados, um papo gostoso de nossas vidas (teve até a história de amor da Carmen e o Harold, "me deliciei"...hahaha). Garotas lindas em todas as mesas ali no Boteco do Ponto 1, do ladin de casa, mas nenhuma delas me fez melhor do que um recadinho que recebi e ligação de sampa, isto me levantou o astral. Foi 10! Com o tempo tudo vai ficando do jeito que tem que ficar. Mas, eu gosto de me sentir assim: super bem, pra cima, e cheio de entusiasmo e contador de histórias. Nada diferente do que já sou normalmente - mas quando a gente tá de bem parece que tudo fica mais-mais né mané? hahaha. No final da noite, eu e o meinha quase fechamos o buteco, tudo bem: a turma já tinha ído, e ainda pudemos curtir as "paisagens" do fim da noite, hahaha, nossa, tudo de beleza...porém nada de paquera: a naum ser o Meia que queria tirar uma foto e tirou uma minha hahaha, que ficou foi super maneira..."é interessante este negócio de falar de meia palavra", hahaha...E o sábado foi de curtição de montão, pra começar fui lá pro centro, andando por barão a principio porque era dia de deixar carro em casa: Dia internacional de andar de qualquer coisa, menos de carro. Eu aderi meu e me dei bem. No centro da Cidade tudo se fazia pra que os carros levassem a pior pra quem estivesse a pé. Meuuuu..., deu um trânsito do peru! Eu fui ali nos camelôs (poh..., acabo de matar um pestinha de pernilongo, haha), não achei Marisa Monte, e tive que me contentar com a bela Maria Rita (amo!) e uma cantora internacional, morena de deixar qualquer um daquele jeito cara...hahaha. Já era quase hora de Sofia na área, tomei um suquinho, e fui lá buscar minha princesa...e foi assim o inicio do primeiro final de semana depois de todo o resto..., foi bom meu...sinto me livre e super disposto. Sofia é que adorou esta coisa de ter o pai aqui só pra ela...bom, lógico teve programação infantil: teatro no domingo, com shopping, compras...é o cartão de crédito jogando todas as suas fichas pra me quebrar...."num vai naum", antes disso quebro os Bancos, ahahaha...e assim caminha o novo Miguel, livre, livre, livre...e envolvido com um novo olhar...se estou mais feliz? responda vcs, oras!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Carta Anônima...

Dia destes eu disse aqui que adoro laranja morcote. Realmente.... eu adoro tanto que não passo um dia sequer sem poder apreciar pelo menos umas 04 delas, é um vício adorável. Lógico que isso não tem nada de anormal, na verdade minha confissão de amor a esta fruta tem tudo a ver com o interesse de propíciar aos amigos que queiram me agradar: "tenha "sempre" consigo uma Bela morcote", (vejam que disse "Bela Morcote"). Entaum meu..., caso esteja no supermercado, numa feira e está diante de uma "bela" destas, traga pra mim, hahaha... Cara, mas há algo que supera este vício, sou viciado em bilhetes, rascunhos, cartas, qualquer coisa escrita a mão...nem sei de onde vem este gosto, o caso... meu, é que não passo um minuto sequer em minhas andanças sem procurar por um rascunho qualquer...fico olhando pelos chão das ruas, calçadas, jardins, praças bancos...o que for cara: toh sempre procurando um papelzinho amaçado. Teve um dia que estava andando lá pelos cantos do Almoxarifado Central, zanzando nem sei bem porquê, e me vi diante de um papéuzinho todo amaçadin...fui logo desembrulhando e fiquei maravilhado por ter encontrado um recadinho de amor escrito a mão, se bem me lembro, mais ou menos assim: " Meu amor, queria que quando chegasse em casa, na hora que fosse mexer na mochila, encontrasse este, não quiz te entregar aqui na classe, afinal, aqui a gente já se olha, se curte e namora. Só quero lhe dizer que minha vida ficou mais feliz e completa com vc por perto. Estou rindo atoa, mais divertida e tudo que faço sinto que produzo com maior qualidade. Por que será hein? Porque estou amando e sinto vc em toda parte, em todos os tempos da minha vida. Te amo muito, não vejo a hora de voltar a te ver amanhã. Bjs"...Quando li senti a energia do amor do mundo ali naquele bilhete, uma adrenalina sentimental, me deliciei com o momento e imaginei o que não deve ter sido a emoção do garoto que tinha recebido o bilhete. Como ele deve ter se sentido no momento que leu e como deve ter sido delicioso o dia seguinte daquele casal de namorado. Pensei que o bilhete perdido poderia estar sendo procurado, que provavelmente era de um casal que frequentava o curso de medicina, a FCM fica próximo do Almoxarifado. Deixei o bilhete no mesmo local em que encontrei, só que desta vez puz uma pedrinha sobre ele pra garantir que não voasse pra bem longe. Por que estou me lembrando de tudo isso e deste meu velho hob? Oras, cara...ontem estava em casa vendo TV, e estava sintonizada no canal (64) Light da Net, só filmes massa que passam ali, e vi o filme estraordinário: "Carta Anônima". Tem tudo a ver com romantismo, quem não viu tem que ver! É a história fantástica de uma carta anônima e romântica que vai passando de mão e mão numa cidade pequena dos EUA. Os românticos de plantão não devem deixar de ver...

domingo, 16 de setembro de 2007

Eu nem sei o que dizer...

Dia destes perdi um amigo por aqui, era destes que durante anos acostumei a rir em cada momento dos dias de trabalho. Acredito na vida após a matéria, então eu sei que seu bom humor e suas piadinhas estão por alegrar e discontrair noutra realidade, só é ruim não poder ve-lo pelos lados do iel...Como ele brinca por lá, nós aqui seguimos curtindo cada respiro em cada segundo destes dias maravilhosos de inicio de primavera. Por falar em amigos, tenho uma amiga que a cada dia sinto que posso contar com ela. "É muito bom ter a Rose por perto!" Nossa, e eu que imaginei que homem e mulher não levam jeitos pra amizade. "Levam sim!" As amizades nos ensinam querer pros demais as mesmas coisas que desejamos pra nós, nossa... isto tudo é muito charmoso e lindo...Oloco, tah parecendo escrita de gente que faz terapia, haha...mas num é meu...o fato é que hj acordei pensando em coisas que me deixam pra cima...lógico que filho, filha, tudo que temos em família é bom demais, mas há outras coisas que são bem particulares que levantam qualquer um. As vezes até nem comentamos porque ficamos intimidados com o que os "outros" pensam. Até parece que a gente vive pros outros. Socorro meu! Ontem saí pra andar de bicicleta, uns 10 km pelas ruas de barão e unicamp: quase caí na estradinha de terra, "seria um tombo engraçado" - acho que "dormi sob o efeito das curvas de uma paquera de São Paulo". Imaginação e sonhos em cima de uma bicicleta meu...não dão certo. Parei ali no pão de açucar e comprei 04 laranjas morcortes. Deixei a magrela no calçadão, encostei as costas nas paredes do Pão e fui descacando a morcote olhando pros movimentos initerruptos dos carros, que loucura meu...haha, o que aconteceu depois - só conto outro dia, uma louuuucura...hahaha..

domingo, 2 de setembro de 2007

Cara...eu confesso, "caguei" com aquele Boi na minha frente...

Domingo passado.., meu.., távamos numa boa na casa da Telminha: caipirinha, papo legal, musiquinha ao fundo...Já era depois do almoço...O Betinho, um São Paulino que mais parece com o jogador Dagoberto do Sampa, marido da Daniela, pais da Isabela de 11 anos - esportista em ginástica que arrísco dizer: "será campeã olímpica" - teve a idéia de ir pro Sitío do pai dele...Foi tudo muito rápido meu..., derrepente já távamos na estrada. O Sitío que parecia pertin, acabou sendo uma viagem deliciosa entre Amparo, Monte Alegre do Sul..., passando por, imaginem só: "Mostarda"...hahahah, é um lugarzin que deve ser um distrito de Monte Alegre...O Betin fez o trecho passando por dentro de "Três Pontes", outro Distritin - mas de Amparo...Estrada asfaltada aqui, um trecho de terra aculá... Passamos, enfim, por toda a extensão de Três Pontes, Distritim menor que a Vila Sta. Isabel de Barão, pelo menos - tem menos casa, mas tem lugares bonitos e as três pontes que ficam bem no centro - servem como caminhos, pontes do Rio Camanducaia, que dão acesso aos lugares da região...Na estrada, a beleza das montanhas me fez recordar de minha cidade natal, Andradina...e se tornou mais parecido quando Betin parou seu Gol e nos levou a uma Cachoeira lindissima do Rio Camanducaia...Eu não resisti e ia tirando a roupa, um strip meu...bem a beira da estrada..mas me seguraram...tirei só a camisa e joguei minha cabeça dentro dágua...delicia...Telminha ficou lá gravando tudo com seu novo celular da Sony Ericson, cara... a mulher adora tanto celular que vai acabar esquecendo do seu lindo namorado, hahaha...Entramos novamente no Gol e Betin seguiu destino Montes Alegres, logo na entrada da cidade ele pega um caminho a direita e em seguida já estamos em "Mostarda"... e eu "queria saber quando íamos chegar em Maionese ou Hot Dog, ahahaha"...Pegamos mais um trecho longo de estrada de Terra, conversa vai, conversa vem e enfim chegamos ao Sitío...Betin foi apresentando seu pai, um senhor de certa idade que tem espiríto de jovem, e sua mãe, uma senhora toda charmosa que mais parece a Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo. Pois, num é que esta mulher parecida com a Mãe do Pedrinho e da Narizinho fez um delicioso café da tarde - movido a suco de laranja colhida alí mesmo e uns pastéis, coxinhas, esfirra de frango, carne...meu... "tirei a barriga da miséria..." Antes disso tudo, o Betin inventou de levar todo mundo lá pra cima da montanha no Sitío...Fomos todos, subindo devagar...dois cavalos bonitos foram motivo da primeira parada...aí tivemos que passar por aqueles portões de cercado de boi e vaca, cê sabe né meu...? Cara..., deu aquele medo dos bois bravos que "enfrentei" quando morava em Andradina, ia pescar e tinha que passar pelas fazendas...Cara...entramos e tinha uma Vaca que até parecia mansa mas num queria sair da nossa frente...um Boizão preto, com dois chifres enormes ameaçou vir sobre nós...O Pi, adolescente amigo da Isabela, pulou a cerca pro lado em que o Boi não estava, tentei ir junto com a Paty, mas a corajosa queria ficar com a Telminha. A Dani e o Betin foi empurrando os bois (loucos!)..., meu...inda bem, abriu um vão e fomos todos muito rápido. Chegamos lá em cima, apreciamos as belezas das árvores, mas depois meu..., tinha que descer...Cara, o boi parou bem em frente do nosso caminho, Betin tentou até parar o danado, mas naum conseguiu... Eu me joguei doutro lado da cerca, Telminha caíu segurando o celular que filmava tudin...Se num fosse a corajosa Dani a gente ia ficar por lá até hoje meu...Tá tudo gravado cara, é só assitir..., vou postar por aqui, talvez inda hoje..Enfim, chegamos de novo na casa do Sitío...cara, meu coração quase fugiu pra Campinas...Tomamos aquele "café" todo reforçado...No finarzin da tarde o Betin inventou um jogo de volei..eu diria que foi um Corinthians e São Paulo...mas hahahaha, meu...eu, Pai do Betin, e a Isabela demos um côro nos Sãopaulinos que tava reforçado com a Santista Telminha e o Pi, um adolescente forte e cheio de energia...A gente nem tomou conhecimento, demos de Dois a Um, fóra o chocolate e as cabeçadas que eles deram uns noutro por causa das nossas boas jogadas..ahahahahah, voltamos pra Amparo...tudo na maior felicidade!

Esta garotinha isabela vai ser Campeã Olímpica em ginástica, ela é fantástica...pena que num fez uma apresentação na Cachoeira, Telminha gritando...


Online Videos by Veoh.com

Betinho, Isabela, Dani, Paty, eu...e a voz ao fundo é Telminha (ela não bebeu?!) haha...

Há...quero voltar pra cachoeira, naum vão me segurar, vou mergulhar lá...hahaha
Online Videos by Veoh.com

1976: A migração pra Campinas, num era um "pau de arara", parecia...

Dorinha, minha irmã mais velha, resistiu o quanto pôde, fez de tudo, até o último minuto...ela namorava um tal de Joaquim - um homem moreno que tinha um opala 74. Ela não tinha como saber que era em Campinas que encontraria o amor de sua vida, Antônio, com quem viveu os segundos finais ao seu lado...Mas ela se dizia muito apaixonada por Joaquim...Devia ser mesmo! Nossa última noite em Andradina, em setembro de 1976, ela passou fora e até imaginávamos que tinha fugido do destino inevitável de vir pra ká...Naquela noite, mal conseguimos dormir, a preocupação por onde estaria a Dorinha e por outro lado a arrumação de todas as nossas coisas em trouxas, sacolas e numas malas que mamãe tinha. Pela primeira vez viajaria de Trêm e por um lado estava muito ansioso e noutro reinava aqui dentro uma tristeza enorme por deixar amigos e minha cidade linda, Andradina. Eu tinha me acostumado a ouvir o apito do Trêm das 5 da manhan todos os dias em minha cama, agora, na madrugada seguinte, eu estaria nele rumo a um cidade grande a qual meu pai dizia ter enormes prédios e quilometros de extensão, que poderíamos nos perder nesta selva de pedras. O Tejota, meu irmão mais velho, estava em Lins, tinha servido o exército e por algum motivo ainda ficava por lá. Deram o apelido de Tejota pra ele por causa do seriado "Swat", tinha um personagem que se chamava Tejota, mas na verdade meu irmão se chama José Aparecido, porém o apelido pegou tanto que todos o chamam até hoje de Tejota, é mole? Pois...Tejota num estava conosco...Nossa busca foi em vão, durante toda a noite Dorinha ficou fora, mamãe se desesperou...acordamos as 4 da manhan, pegamos todas coisas, inclusive as vasilhas com farofa, frango, arroz...minha mãe começõu a contar: João, Dié (era eu), Antonio, Jorge, Jaime, Luzia, Lourival, Paulo..."mãe cadê a Dorinha?", pergutamos..."não sei!" Minha mãe estava aflita, naum era por menos, estavamos indo pra Campinas sem ter avisado meu pai que morava e trabalhava aqui...minha mãe dizia que ele tinha outra mulher por aqui mas nós nunca acreditamos. Meu pai sempre foi um Homem sério, honesto, trabalhador e muito paizão. Cuidou, nos alimentou da melhor forma...Um Carpinteiro tão trabalhador que as vezes achava que construiu a Barragem de Jupiá sózinho...E fomos descendo a rua Santos Dumont, ainda dá pra ver a imagem de minha casa de madeira ficando pra trás...cada passo que eu dava era umas duas ou três olhadas pro nosso mundo que ficava...em cada casa de amigo que passava dava aquela vontade de gritar: "Fulano, estamos indo...voltarei qualquer dia pra um passeio!" E foi assim que chegamos quase que em cima da hora do Trêm encostar na Estação. O Trêm veio apitando, atravessou a avenida Paes Leme e já pudiamos vê-lo se aproximando. Mamãe já tinha comprado os bilhetes...entramos a bordo, tinha muitos bancos de madeira, tipo daqueles de praça...nos ajeitamos uns perto doutros...minha mãe permaneceu lá fora, na calçada da estação, olhando pra todos os lados...derrepente, ouvimos o grito da mamãe "corre Dorinha!". Olhamos pro lado oposto da Paes Leme e Dorinha vinha numa carreira só...deu tempo, ela entrou de mãos dadas com mamãe, chorava como se fosse um bebê...estávamos todos juntos...o Trêm apitou e partiu...um fumaceiro do carvão, o balanço pra lá e pra ká, senti uma felicidade por estar naquele Trêm...todos nas janelas observando a nossa cidade que ia ficando pra trás...é dificil esquecer estas imagens...nem os sentimentos que ficaram desta partida...agora, ficou pra trás...tudo foi ficando pra trás...(continua, com a chegada em Campinas)