sábado, 31 de julho de 2010

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Lula discursando ao vivo em Curitiba, assista agora!

Lula inova ao pedir voto a Dilma: "dê uma chance a sua mãe"


CLAUDIO LEAL, síte terra
Direto de Curitiba 

Numa turnê de cabo eleitoral de Dilma Rousseff (PT) no Sul do País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inovou no pedido de voto a sua candidata, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná, em Curitiba: "Vamos parar com esse negócio de não votar porque é mulher. Pare de ser besta, foi ela que lhe pariu". E no que parece ser um slogan, cobrou: "Dê uma chance a sua mãe!". Dilma e a plateia o aplaudiram, aos risos.

"A arte do presidente da República é saber decidir, saber a hora de tomar a decisão. Nunca conheci uma pessoa da competência da companheira Dilma para tomar decisão", prosseguiu Lula. O evento com industriais paranaenses contou com a participação do governador Orlando Pessuti, do candidato ao governo do Estado, Osmar Dias (PDT), e dos postulantes ao Senado, Roberto Requião (PMDB) e Gleisi Hoffmann (PT), além do presidente do PT, José Eduardo Dutra. Puxando Dias para o centro do palco, Lula brincou: "Esse parto foi difícil...", disse, mencionando a aliança fechada nas últimas horas do prazo legal.
Na declaração de apoio a Requião e Gleisi, o presidente reforçou a prioridade de eleger uma bancada forte no Congresso e atacou o senador do Piauí, Mão Santa (PSC): "Ninguém aguenta mais Mão Santa, ninguém aguenta mais senadores que tem lá!". Lula tornou a dizer que foi preciso chegar "um metalúrgico socialista" à presidência para ensinar ao País "o que é capitalismo".
Dilma enfrenta rejeição do eleitorado do Paraná. Na pesquisa Vox Populi, José Serra (PSDB) a supera nas intenções de voto: 46% contra 33%. Amparada na popularidade do presidente Lula, ela pretende reverter a desvantagem. Os petistas admitem perder por pouco no Estado.
Neste sábado (31), Lula e Dilma realizam um comício na Boca Maldita, em Curitiba. Antes de subir no palanque, a petista participa de um encontro reservado com bispos da Igreja Católica, organizado pelo ex-prefeito curitibano e ex-ministro do Turismo Rafael Greca. À frente dos religiosos, Dom Moacyr Vitti.
"Será um encontro discreto. Os bispos não puderam ouvi-la porque estão na temporada de crismas, no interior. Propusemos o encontro para que Dilma possa mostrar sua qualidade humana. Vai ser muito mais uma demonstração do espírito cristão", conta Greca.

sábado, 3 de julho de 2010

Por que apoiamos Dilma? Carta Capital, exemplo de honestidade na mídia!

Abaixo vocês vão ver um exemplo de coragem e honestidade vindo do editor-chefe de uma revista semanal que faz parte da mídia corporativa brasileira. Em editorial, ele declara de forma clara qual candidato a revista que comanda apóia para as próximas eleições à presidência. Ou seja, trata seus leitores com respeito e inteligência. Coisa que 99,9% dos editores-chefes dos outros veículos da mesma mídia corporativa jamais teriam coragem - ou permissão - de fazer. Leiam e comprovem.


Por que apoiamos Dilma?


Resposta simples: porque escolhemos a candidatura melhor

- por Mino Carta, editor-chefe da Carta Capital
Guerrilheira, há quem diga, para definir Dilma Rousseff. Negativamente, está claro. A verdade factual é outra, talvez a jovem Dilma tenha pensado em pegar em armas, mas nunca chegou a tanto. A questão também é outra: CartaCapital respeita, louva e admira quem se opôs à ditadura e, portanto, enfrentou riscos vertiginosos, desde a censura e a prisão sem mandado, quando não o sequestro por janízaros à paisana, até a tortura e a morte.
O cidadão e a cidadã que se precipitam naquela definição da candidata de Lula ou não perdem a oportunidade de exibir sua ignorância da história do País, ou têm saudades da ditadura. Quem sabe estivessem na Marcha da Família, com Deus e pela Liberdade há 46 anos, ou apreciem organizar manifestação similar nos dias de hoje.
De todo modo, não é apenas por causa deste destemido passado de Dilma Rousseff que CartaCapital declara aqui e agora apoio à sua candidatura. Vale acentuar que neste mesmo espaço previmos a escolha do presidente da República ainda antes da sua reeleição, quando José Dirceu saiu da chefia da Casa Civil e a então ministra de Minas e Energia o substituiu.
E aqui, em ocasiões diversas, esclareceu-se o porquê da previsão: a competência, a seriedade, a personalidade e a lealdade a Lula daquela que viria a ser candidata. Essas inegáveis qualidades foram ainda mais evidentes na Casa Civil, onde os alcances do titular naturalmente se expandem.
E pesam sobre a decisão de CartaCapital. Em Dilma Rousseff enxergamos sem a necessidade de binóculo a continuidade de um governo vitorioso e do governante mais popular da história do Brasil. Com largos méritos, que em parte transcendem a nítida e decisiva identificação entre o presidente e seu povo. Ninguém como Lula soube valerse das potencialidades gigantescas do País e vulgarizá-las com a retórica mais adequada, sem esquecer um suave toque de senso de humor sempre que as circunstâncias o permitissem.
Sem ter ofendido e perseguido os privilegiados, a despeito dos vaticínios de alguns entre eles, e da mídia praticamente em peso, quanto às consequências de um governo que profetizaram milenarista, Lula deixa a Presidência com o País a atingir índices de crescimento quase chineses e a diminuição do abismo que separa minoria de maioria. Dono de uma política exterior de todo independente e de um prestígio internacional sem precedentes. Neste final de mandato, vinga o talento de um estrategista político finíssimo. E a eleição caminha para o plebiscito que a oposição se achava em condições de evitar.
Escolha certa, precisa, calculada, a de Lula ao ungir Dilma e ao propor o confronto com o governo tucano que o precedeu e do qual José Serra se torna, queira ou não, o herdeiro. Carregar o PSDB é arrastar uma bola de ferro amarrada ao tornozelo, coisa de presidiário. Aí estão os tucanos, novos intérpretes do pensamento udenista. Seria ofender a inteligência e as evidências sustentar que o ex-governador paulista partilha daquelas ideias. Não se livra, porém, da condição de tucano e como tal teria de atuar. Enredado na trama espessa da herança, e da imposição do plebiscito, vive um momento de confusão, instável entre formas díspares e até conflitantes ao conduzir a campanha, de sorte a cometer erros grosseiros e a comprometer sua fama de “preparado”, como insiste em afirmar seu candidato a vice, Índio da Costa. E não é que sonhavam com Aécio...
Reconhecemos em Dilma Rousseff a candidatura mais qualificada e entendemos como injunção deste momento, em que oficialmente o confronto se abre, a clara definição da nossa preferência. Nada inventamos: é da praxe da mídia mais desenvolvida do mundo tomar partido na ocasião certa, sem implicar postura ideológica ou partidária. Nunca deixamos, dentro da nossa visão, de apontar as falhas do governo Lula. Na política ambiental. Na política econômica, no que diz respeito, entre outros aspectos, aos juros manobrados pelo Banco Central. Na política social, que poderia ter sido bem mais ousada.
E fomos muito críticos quando se fez passivamente a vontade do ministro Nelson Jobim e do então presidente do STF Gilmar Mendes, ao exonerar o diretor da Abin, Paulo Lacerda, demitido por ter ousado apoiar a Operação Satiagraha, ao que tudo indica já enterrada, a esta altura, a favor do banqueiro Daniel Dantas. E quando o mesmo Jobim se arvorou a portavoz dos derradeiros saudosistas da ditadura e ganhou o beneplácito para confirmar a validade de uma Lei da Anistia que desrespeita os Direitos Humanos. E quando o então ministro da Justiça Tarso Genro aceitou a peroração de um grupelho de fanáticos do Apocalipse carentes de conhecimento histórico e deu início a um affair internacional desnecessário e amalucado, como o caso Battisti.
Hoje apoiamos a candidatura de Dilma Rousseff com a mesma disposição com que o fizemos em 2002 e em 2006 a favor de Lula. Apesar das críticas ao governo que não hesitamos em formular desde então, não nos arrependemos por essas escolhas. Temos certeza de que não nos arrependeremos agora.