segunda-feira, 26 de março de 2018

A vitória de Lula e seu prestígio internacional

O golpe piscou: a vitória de Lula e seu prestígio internacional

Por Gustavo Conde (No Brasil 247)
22 de março de 2018

Em recente entrevista ao Site Brasil 247, o correspondente internacional Pepe Escobar diz algo sutil da cena geopolítica que passou batido até para os analistas mais 'qualificados' aqui no Brasil. Quando Obama chamou Lula de "O Cara" em 2009, havia muito mais complexidade embutida na frase do que a mera tietagem do homem mais poderoso do mundo.

Escobar transita em todo o circuito do poder e da diplomacia internacionais. Ele ora está em Londres, ora em Paris, ora em Nova York, ora em Dubai, ora em Jacarta, ora em Bagdá, ora em Istambul, ora em Moscou, ora em Pequim. Ele dialoga com ex-agentes da Cia, da NSA, do serviço de inteligência russo (tem imensa proximidade com os russos), das agências árabes, européias, enfim, é um dos jornalistas mais bem informados da cena geopolítica, disparado.

Escobar sabia o que estava em jogo quando Obama proferiu a frase histórica face to face com Lula. Ali, Obama de fato, queria "ser" o Lula. O presidente americano não compreendia como um presidente sul-americano gozava de tanto respeito nos mais cascudos meios diplomáticos e geopolíticos. O próprio Obama, do alto de sua popularidade internacional e de posse de uma assessoria para política externa ultra qualificada e poderosa, não conseguia sequer elaborar uma tese a respeito da popularidade global assombrosa de Lula (que, segundo Escobar, perdura até hoje).
Lula não era só popular na Europa e na África. Lula ultrapassava todas as fronteiras da guerra da contra-informação internacional. Era profundamente respeitado no Iraque, na Líbia, na Síria, em Pequim, na Indonésia, em Hong Kong, enfim, não havia núcleo de poder institucional ou não que tivesse uma crítica a Lula.

Isso impressionou Obama, o homem mais bem informado do mundo. Lula, de fato, foi - e é - uma personalidade inédita para a cena global e para a política internacional. Além do carisma e da biografia, Lula foi espetacularmente inteligente e soube demarcar zonas de influência com muita habilidade, em parceria com seu chanceler, Celso Amorim.

É por isso que o acordo com o Irã em 2010 foi realizado com aquela naturalidade e sobranceria. Obama não conseguia sequer dialogar com Ahmadinejad. O relato que temos, segundo o próprio Lula - ninguém conseguiria relatar isso com tamanho desprendimento e precisão - é quase folclórico. Lula tomou o elevador da ONU, em Nova York, e lascou a Ahmadinejad: "vem cá, baixinho: eu não saio daqui sem a sua assinatura".

Qual chefe de Estado consegue dispor de uma linguagem dessas diante de um iraniano com fama de mau? A despeito da inteligência de Amorim e do próprio Lula, essa linguagem direta e "despachada" conquistou o mundo. Lula poderia fazer o que quisesse no cenário internacional e quem diz isso é o próprio Pepe Escobar.
Escobar relata que era consenso entre diplomatas, informantes e toda a sorte de agentes políticos internacionais, que o Brasil já era um dos maiores "players" internacionais. Dispunha de imensa persuasão e nadava em popularidade insuspeita nos circuitos mais impenetráveis do mundo político e comercial. A coisa era séria.

Não admira. O Brasil fez o diretor da OMC, cargo importantíssimo e altamente estratégico para pretensões econômicas mais ambiciosas. O Brasil fez o diretor da FAO. O Brasil construiu o acordo com o Irã. O Brasil conquistou os dois maiores eventos do mundo, Copa e Olimpíadas (Obama saiu de Copenhague com um sorriso amarelo e mãos abanando), de maneira seguida, algo só realizado pelos poderosos EUA.

Tudo isso narrado por Pepe Escobar, com sua dicção vertiginosa, prolixa e repleta de mini digressões saborosas, chega a provocar um fio de lágrima em quem celebrava o protagonismo internacional que o Brasil exercia há alguns anos. Porque, tanto Escobar como nós, sabemos que essa janela histórica de liderança soft power internacional, que traria - e trouxe - um sem-número de dividendos para toda a população brasileira, foi por água abaixo e, talvez, jamais seja sequer imaginada de novo.
O Brasil, segundo Pepe, encaminhava-se para a liderança mundial. Diz ele que, já em 2010, não se imaginava mais nenhum tipo de negociação multilateral sem a presença do Brasil. Ouvia isso diretamente dos jornalistas internacionais e dos agentes transversais ao tecido político, como diplomatas, empresários e assessores para segurança internacional e outras ações menos "republicanas" - e, por isso mesmo, investidos de profunda "verdade" pragmática. Ou: a rede submersa internacional que dá as cartas no gerenciamento dos conflitos inter-nações sabia do papel que Lula e o Brasil estavam começando a exercer em todo o tabuleiro político internacional.

Escobar complementa que o jornalismo brasileiro sempre desprezou a análise de conjuntura internacional. Diz com todas as letras: são péssimos. Nem sabem aonde está a notícia. Vivem de replicar as informações das agências internacionais de maneira oca e passiva - e, com isso, reproduzem o discurso americanófilo de joelhos.

É quase impossível - segundo cifras deixadas por Escobar em sua prolixa narrativa - para um brasileiro acompanhar o noticiário internacional. Não há enunciados produzidos em território nacional. Não há leitura e contextualização. Não há interpretação. Essa, talvez, seja a nossa mais impressionante marca internacional de viralatismo aplicado: o jornalismo brasileiro é periférico, subserviente e de péssima qualidade.

Curiosamente, toda essa expertise de Escobar nos cai como uma luva neste presente momento. Porque este cidadão que goza de imenso prestígio internacional chamado Lula está na iminência de sofrer a maior violência de sua história. Não nos esqueçamos, no entanto, que quem está fora do Brasil e fora dos domínios de nossa imprensa desconhece a campanha de ódio enfrentada por Lula. Ou seja: desconhece que Lula seja taxado por parte de nossa elite como alguém que praticou corrupção. Isso significa que a reputação internacional de Lula continua intacta, haja vista a sua indicação para o Prêmio Nobel da Paz pelo Nobel argentino Adolfo Pérez Esquivel.

Nós estamos na iminência de um novo processo de ruptura institucional e social cujo desfecho nem o mais talentoso dos oráculos pode se dar ao luxo de prognosticar. O Brasil golpista ainda não testou internacionalmente a recepção às violências domésticas cometidas a Lula. Poderemos ver isso nos próximos dias.

A se crer no conhecimento das percepções difusas internacionais que Escobar pontua - e a qualidade técnica de suas impressões e vivências é indiscutível -, teremos um momento turbulento do ponto de vista internacional para o Brasil. Não é só o caos interno que aponta no horizonte: é a escandalização internacional sobre a precariedade institucional de uma ex-potência.
Talvez, o episódio hediondo da execução de uma vereadora fluminense tenha acendido esse alerta. Marielle ganhou manchetes e apoios internacionais como nunca antes na história deste país. Imagine o que ocorreria se a violência judicial a Lula prosseguisse e se aprofundasse.

A vitória de ontem no STF, singela, parcial, inesperada, enseja um certo cuidado aos que dão como certa a prisão de Lula. A força internacional exercida por ele, relatada por um dos mais respeitados correspondentes internacionais, não deixa dúvidas: Lula não é apenas uma questão interna. Ele transcende essa mesquinharia doméstica destituída de soberania e institucionalidade.

É cedo demais para se comemorar, mas ao que parece, as pressões naturais da opinião pública recomeçaram a agir depois de um longo período de hibernação. Resta observar essa reorganização das forças políticas e dos poderes para realinhar o sonho pela volta da democracia. Às vezes, nem tudo é tão catastrófico como parece. Às vezes, o lado de lá vacila por excesso de confiança. Que não incorramos no erro de desprezar mais este interessante momento derivado de delicada vitória.
Que fique bem claro: essa vitória da defesa de Lula tem um efeito simbólico devastador para o golpe. Ela vai melindrar partes interessadas, vai minar autoconfianças e vai confundir o andamento narrativo cuidadosamente ensaiado por Globo e asseclas. A hora é boa para investidas. A hora é boa para mobilizações. A hora é boa para cerrar os punhos.

sexta-feira, 23 de março de 2018

10 lugares top para visitar em San Francisco


Sonegação fiscal da Globo golpista

Do DCM: Documentário do DCM que a Globo não vai mostrar na campanha dos 100 milhões 

quarta-feira, 21 de março de 2018

A Verdade é Insuperável. A Verdade Impõe uma flagelação judicial do STF

O santo do Lula é mesmo forte. O poder em uníssono quer massacrá-lo. Mas esse poder, desgarrado de força popular que é, comete erros estratégicos e se acua a si mesmo, num processo que poderia ser apelidado de "auto flagelação judicial".

Vejamos. Cármen Lúcia, completamente possuída por alguma força sobrenatural, conseguiu - com sua teimosia em não votar a revisão da segunda instância - a unanimidade: hoje, os 10 ministros que lhe reverenciam a toga estão contra ela.

E o que isso tem a ver com a força do santo de Lula? É que esse comportamento teimoso de Cármen Lúcia o está favorecendo, indiretamente e pelas vias de bastidor. Aliás, a revisão da segunda instância não "favorece" Lula, bem entendido. A revisão da prisão em segunda instância é um direito posto do ordenamento jurídico. 

De maneira transversal, no entanto, Lula se fortalece. Porque o STF acaba se aglutinando contra a decisão arbitrária da ministra - e vai lidar com o tema como uma questão de honra, mesmo sendo uma honra conceitual e fugidia.

O isolamento de Lúcia

Lúcia irritou demais os colegas que, agora, articulam-se para "afrontá-la" em reação puramente mesquinha e interna. Ou: essa ação mesquinha poderá trazer a revisão do tema.

É por isso que eu digo que quem pressiona o STF é a verdade. Muitos acham que não, mas a 'verdade' é uma força muito poderosa. Ela se insinua diante da história e dos fatos.

Todas esses vazamentos impressionistas de bastidores do STF vão assanhando a 'verdade', que, como força discursiva que é, acaba por preponderar em alguns momentos cirúrgicos do árduo caminho ao desenlace jurídico.

A 'verdade' é uma projeção imaginária, mas que exerce profunda mobilização psíquica e institucional. Por isso, a frase épica de Pilatos ao se deparar diante de Cristo: "afinal, o que é a verdade?".

Lúcia e ministros têm o graal da jurisdição nas mãos, mas esse graal está transbordando de sangue, um sangue coletivo somado ao sangue de Lula. Eles se intimidam com esse sangue, porque, afinal de contas, são apenas ministros investidos do poder efêmero de decisão, poder este que, por sua vez, já derramou muito sangue, inclusive o sangue de Marielle.

O fator Sepúlveda

No ínterim deste imbróglio jurídico libidinal, outra figura consagra essa fortaleza santificada de Lula: Sepúlveda Pertence. Este senhor domina como ninguém as artimanhas retóricas e o silêncios cirúrgicos que compõem a dinâmica daquela malta que conduz o supremo.

Ministros têm seus traços psicológicos, mas a estrutura do STF é uma, bem específica. Mal sabem tais ministros sobre as forças que os regem e, por isso, sentem-se pressionados. Quem os pressiona, no entanto, nada mais é do que a própria lógica interna deste tribunal que lhes dá guarida.

Pertence sabe disso. Antes,  o casal Zanin desempenhava o melhor direito do mundo, baseado em exame profundo dos autos, teorias interpretadas com qualidade técnica e ética e confiança plena na letra da lei. Eles acreditavam, com razão, no corpo jurídico institucional.

Mas, uma defesa técnica e brilhante não estava sendo suficiente para um processo viciado e repleto de pressões de todas as ordens. Pertence mudou esse jogo, só pelo fato de estar ali presente.

Ministros daquele tribunal sabem o que Pertence sabe. E por isso, começaram a hesitar diante do massacre proporcionado com requintes de insensatez aplicada a um ex-presidente da república que lidera o processo eleitoral. O esfíncter deles, por assim dizer - metafórico, é claro -, começou a arder.

O eterno jogo pesado da política brasileira

Não peço 'otimismo'. Acho essa palavra uma golpista. Mas peço conexão com a realidade e com o histórico de ocorrências empíricas, qual seja: os agentes do tecido social do poder, nem mesmo os mais sádicos e oportunistas, são imunes ao equívoco e à vacilação. Eles erram e acertam como todos nós.

Lula chegou até aqui. Há um esgotamento compreensível da narrativa. Ninguém aguenta mais. Querem logo o desfecho. O problema, parceiro, é que o desfecho não existe. Preso, solto, candidato ou não, a história e o sentido de Lula continuam. Não há como interrompê-los. É isso que Sergio Moro e Cia não entenderam.

Muitas pessoas se auto flagelam com ideia de ver Lula preso nos próximos dias. Há muita energia acumulada e tensionada no ar. Claro que ficamos apreensivos, somos, afinal, humanos. Mas a luta política nesse nível épico - e golpista - do Brasil inclui esse pacote degradante, sempre incluiu.

A sinuca de bico da história

Eu venho falando há algum tempo: Lula aplicou uma sinuca de bico nos seus perseguidores, uma sinuca que nem é só mérito dele: é uma sinuca conjuntural. Pensemos: se Lula estivesse amargando rejeição popular, talvez nem se quisesse mais sua prisão.

Mas Lula bomba na preferência do eleitor. Esse é um de seus crimes: ele fica mais forte à medida em que o atacam e perseguem. 

O pulo do gato desta situação esdrúxula é que a retirada de Lula da cena política via prisão é furiosamente fadada ao fracasso. A imprensa brasileira agoniza em falta de credibilidade. Lula preso arrastaria todo um processo de indignação que levaria a reboque imprensa, TV Globo e partidos políticos.

Creiam: Lula é um elemento de equilíbrio na cena política há 40 anos. Sua subtração pura e simples joga todo o sistema no caos.

Isso posto, teremos ainda as viúvas do ódio residual. O que irão fazer os retroalimentadores de ódio diante de uma cena política social sem Lula? Vão canalizar esse ódio para algum outro lugar. E calculem a força dessa energia acumulada - em muitos, há décadas.

E por isso que nem Lula nem este missivista teme a prisão. A prisão de Lula é perigosa para todo o país. É essa potencialidade que pressiona e assusta ministros do STF. É essa potencialidade que atende pelo nome de 'verdade' que, por sua vez, empurra nossos agentes a se contorcerem para não serem completamente consumidos pela história. É dessa potencialidade e de outras singularidades de bastidor que Pertence assombra um tribunal com sua mera presença.

O jogo não está terminado. Mais uma vez, repito: ele sequer começou. *

* Artigo originalmente publicado no Site Brasil 247, sob o título  "A verdade histórica é que pressiona o STF".

Gustavo Conde

terça-feira, 20 de março de 2018

Quando a história se repete: Predam Lula e soltem Barrabás

Vivemos a mercê de uma nova tragédia. Uma violência aos brasileiros. Uma barbaridade contra a humanidade pode ocorrer no Brasil. Uma elite que já comandou o esquartejamento de Tiradentes, levou Getúlio ao suicídio e assassinou Juscelino Kubistchek prepara agora através das mentiras da Globo e de um Juiz a serviço dos EUA mais uma monstroosidade. Vivemos um momento típico daquele que eternizou a frase "Prendam Jesus, soltem Barrabás". Não estão nem aí pro ilegal ou pra atos desumanos. Tudo é válido desde que se garanta o poder aos vampiros do mercado! Tudo é valido pra garantir a entrega das riquezas do Brasil ao império americano. Quem devia ser preso é a turma da Rede Globo e os Juízes fora da Lei por traição nacional!

Luiza Possi, Seu Nome: "Ter você é ver o Sol deitado na areiaaaaaa oooooooo"


Vianney - Sans le dire


Seu Jorge


Luiza Possi


quarta-feira, 14 de março de 2018

LULA SERÁ O NOBEL DA PAZ EM 2018: CHORA GOLPISTAS E INVEJOSOS!

 

Luiz Inácio Lula da Silva receberá o Nobel da Paz, por Edison Brito

Luiz Inácio Lula da Silva receberá o Nobel da Paz. Tornando-se o primeiro brasileiro laureado com o prêmio. Não é um exercício de futurismo, de adivinhação ou um chute de charlatão. É a constatação da obviedade. O “gran-finale” de uma obra que teve início no seu governo: o Bolsa-Família. Programa de transferência de renda que retirou o Brasil da pobreza absoluta. Deu visibilidade e esperança a quase 40 milhões de brasileiros. Os que passavam fome hoje têm o que comer.