Eu continuo na cama, ainda que tenha me prometido fazer das manhãs de sábados um dia de agitos. Foi-se o tempo que cumpria tudo que planejava. Saudades do garoto rebelde, de ideaís fortes, discursos inflamados por um radicalismo típico de quem tem em suas ações a crença única de que se é forma e ferramenta de mudar o mundo. O ruim do tempo não é perceber que envelheci, o ruim é a sensação de que apenas fortaleci nas pessoas que tive influência o sentimento e desejos do sistema que tanto tentei derrubar. O individualismo não venceu a solidariedade, nem o egoísmo derrotou a idéia do comum, a juventude continua sua luta incansável por uma sociedade mais humana, mas não posso impedir a verdade. A verdade é que nossa luta nem estancou a ferida e o capitalísmo segues, inclusive, mais consistente. Das derrocadas idealistas, o que leva às lágrimas, às dores em minha alma, é àquela luta, na Unicamp, por auxílio alimentação pra todo mundo. O que é aquilo meu Deus? Uma tentativa de matar a esperança? É uma tortura diária. Amigos, lutemos por um valor fixo sem usar a idéia do auxílio. Lutemos por salário! Como posso aceitar auxílio alimentação quando não preciso? O que justifica os movimentos não são mais as causas, os valores, os ideaís? Estou velho, pelego, desatualizado? Não pode ser! Meu coração sangra porque nossas lutas e desejos se distânciam da justiça social, das igualdades. Não aceito o tratamento igual à desiguais, nem que uma boa idéia de política, social, pública de auxílio de alimentação a quem precisa seja estraçalhada. Eu protesto! Eu protesto! Clamo por uma juventude, por lideranças inovadoras, rebeldes, sonhadoras, socialístas, humanas, democráticas, revolucionárias.
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