Na escuridão do meu quarto, no silêncio da casinha de fundo onde moro, embaixo do cobertor quentinho, a consciência me veio com o som leve e suave de pios vindos de fora. Ergui a cabeça retirando parte do cobertor, senti mais pequenos sons de pássaros que dormem todas as noites no pézinho de Aceróla à três metros da janela. Todos os finais de madrugada eu ignoro esta chegada do dia, hoje resolvi fazer diferente. Levantei, meio sonolento, retirei o chinélo debaixo da cama, fui até a janela, abri o vitrô, e puder sentir a alma do mundo em seu esplêndor de chegada de novo dia. Um cheiro gostoso de ar renovado pela brisa de uma chuva maneira que caiu por toda noite. Luz invadindo vagarosamente a noite que é convidada a partir. Barulhinhos de pardais. Olhei o relógio e acusava exatas seis horas da manhã. Não era insônia, dormi bem, nem era tristeza da companhia do cochão e do travesseiro, era mais um dia lindo e divino se anunciando diante dos meus olhos. Senti toda vontade do mundo se expressando em cada minúscula parte de meu corpo. Eram todas as células, pedacinhos de vidas associadas, que tornam e me transformam no que eu sou, curtindo a felicidade, amando a maravilhosa saúde, saudando o mágico da chegada de um novo dia. "Sim, eu tinha que aproveitar cada segundo, respirar cada ar e se delíciar a todo momento. A gente tem o hábito de querer coisas sem valores e não saber reconhecer àquilo que tem real valor", foi o pensamento que veio. Agradeço a Deus por toda esta beleza de mágia de mais este maravilhoso dia. "Hoje farei a vida ser mais digna de todo este apárato natural e universal. Vou olhar cada planta, cada ser vivo, vou sentir tudo que existe, vou me incorporar a alma do mundo. Justificar a existência, é hora de aplaudir a beleza do todo, de perceber em sua sensibilidade a riqueza de toda a simplicidade do mundo". É aasim, com este espiríto, que acordo em mim diante desta maravilha.
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